já velha decrepita
esgoto dentada
em sacos de lixo
sento-me, uma xícara
na mão seca
me agarro nas bordas
pendurada entre
as quatro
e as meias

enjauladas
na lata do dia
mugem as horas
sob o pouso
duma mosca safada
e jovem, ainda
por cima
eu, por baixo
a calcinha bege
espreita a poeira
tão colada alí
a cadeira rosna
arisca e curva
caio
meia hora há vinte anos